Vietname

Arsenal dos EUA <br> achado em Quang Tri

Trabalhadores vietnamitas descobriram este domingo, 5, um vasto arsenal de bombas e peças de artilharia que os EUA deixaram escondido no centro do país, no final da guerra no Vietname, em 1975.

Vietname estima em 800 mil toneladas os artefactos letais por desactivar

Segundo a edição de segunda-feira do diário Than Nien, citada pela Prensa Latina, o achado ocorreu quando um equipa de operários da construção do Ministério da Defesa escavava um terreno para proceder a demarcações na fronteira com o Laos, no território de Quang Tri. Foi nesta província que se traçou a famosa linha divisória do paralelo 17 que separava provisoriamente, desde 1954, a República Democrática no Norte e o regime fantoche no Sul. A região foi igualmente palco de intensos confrontos.
Esta nova descoberta de armamento vem trazer uma vez mais para a ordem do dia a gravidade da situação que se vive no Vietname com as sequelas da guerra e para a responsabilidade que os Estados Unidos persistem em não assumir, designadamente no que se refere à limpeza do solo armadilhado e desactivação de armamento.
Recorda-se que entre 1975 e 2000 morreram 42 135 pessoas e outras 62 163 ficaram feridas devido à explosão de armamento deixado no terreno pelos EUA, e que até à data apenas se conseguiu desactivar cerca de 20 por cento de todos os que se estima estarem enterrados em diversas zonas do país.
Durante uma conferência sobre estes perigos latentes, em Março último, o primeiro-ministro Nguyen Tan Dung apelou ao governo norte-americano para que assuma as suas responsabilidades e contribua de forma mais efectiva para a detecção e desactivação dos explosivos que deixou no Vietname de forma a mitigar as graves consequências daí resultantes.
Segundo informa a Prensa Latina, o Comité Executivo para o Programa Nacional de Acção para esta frente estima em 800 mil toneladas os artefactos letais por desactivar existentes no país, incluindo bombas de fragmentação lançadas pela aviação norte-americana entre 1954 e 1975.

A herança do agente laranja

Para além dos explosivos, os vietnamitas continuam a sofrer ainda hoje as consequências do tenebroso «agente laranja», o agro-tóxico com dioxina, substância cancerígena, com que o exército dos EUA pulverizou 26 mil aldeias: entre 1961 e 1971, 83 milhões de litros de produtos químicos foram lançados por aviões sobre populações indefesas.
Segundo documentos publicados pela Associação de Vítimas do Vietname do Agente Laranja (Vava, na sigla em vietnamita), a exposição da população ao produto causou diversas doenças graves como cancro de pele, pulmão, além de incapacidade mental, deformidades no organismo e abortos.  Actualmente, pelo menos três milhões de pessoas possuem alguma doença ou deformidade devido aos efeitos do agente laranja. Quase meio século depois desse crime contra a humanidade, ainda nascem crianças com deformidades provocadas pela guerra química.
Do ponto de vista ambiental, pelo menos 25% das florestas do país foram atingidas, e o solo e lençóis freáticosforam contaminados – uma área de cerca de três milhões de hectares. Em 2009, uma empresa canadiana detectou níveis da dioxina 300 a 400 vezes acima do limite reconhecido internacionalmente como tolerável.




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